Para marcar o mês de outubro, período em que os cuidados e alertas para o diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase são destacados, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) promoveu uma série de ações de prevenção e controle da doença, dentre elas um encontro de sensibilização para os agentes comunitários de saúde (ACS) da região do Subúrbio e Ilhas da capital baiana.
A atividade aconteceu nesta quarta-feira (23), no Parque São Bartolomeu, onde cerca de 50 participantes assistiram a duas palestras e puderam aprender e tirar dúvidas sobre a melhor forma de abordar um paciente na busca ativa de casos da doença na comunidade, além de como identificar a mancha e demais sintomas, bem como orientar os pacientes sobre onde encontrar um tratamento médico adequado.
De acordo com Helena Ribeiro, técnica do campo temático da hanseníase da SMS, os agentes comunitários são peças fundamentais no diagnóstico precoce e controle da hanseníase. “Hoje eles estão aprendendo a suspeitar casos da doença na comunidade, pois é comum as pessoas confundirem as manchas da hanseníase com outros tipos de manchas e dermatites, e com isso os casos acabam sendo identificados de forma tardia. O trabalho do agente comunitário vem justamente para facilitar o diagnóstico e tratamento adequado para a doença”, disse.
A técnica ressalta ainda que antigamente a hanseníase era chamada de “lepra”, termo não mais utilizado no Brasil desde a década de 1970. Os sinais e sintomas podem ser discretos, passando despercebidos. Incluem manchas em qualquer parte do corpo, perda ou diminuição da sensibilidade, dormência ou formigamento de mãos/pés, dor ou hipersensibilidade em nervos, edema ou nódulos, ferimentos ou queimaduras indolores nas mãos ou pés.
A agente comunitária de saúde, Márcia Pitta, destacou a importância do trabalho realizado no dia a dia para o diagnóstico e combate à doença. “A gente tem um olhar criterioso e clínico para auxiliar os moradores nos cuidados que eles devem ter, dando suporte para que cheguem até uma unidade de saúde e possa ser atendido. Dessa forma a gente quebra a cadeia de transmissão da doença, além de facilitar o acesso à saúde”, explicou.
Alcance – Além do Subúrbio, agentes comunitários de saúde dos outros 11 Distritos Sanitários de Salvador estão participando desse tratamento. Posteriormente, os profissionais irão aplicar nos territórios um questionário para a investigação de pacientes com lesão de pele.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa e permanece como um problema de saúde pública desafiador. A patologia é causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e a transmissão ocorre por vias aéreas, através de gotas eliminadas no ar pela tosse, fala e espirro de pessoas doentes e sem tratamento.
“O tratamento da hanseníase é totalmente gratuito e se encontra disponível em várias unidades de saúde do município, que possui profissionais capacitados para atuar no Programa Municipal de Controle de Hanseníase”, destaca Ribeiro.
Foto: Otávio Santos/ Secom PMS